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A incontinência urinária é a perda involuntária de urina e pode acometer homens e mulheres de todas as idades. Sabe-se que a incontinência urinária é uma condição com significativo impacto negativo na qualidade de vida da maioria dos pacientes. Diferente de outras doenças urológicas como a litíase urinária, infecções e tumores, a incontinência urinária raramente representa uma ameaça à saúde física de seus portadores, mas pode trazer importantes transtornos psicológicos e emocionais. Muitos pacientes podem se afastar do convívio familiar ou social, evitar o contato íntimo com a parceira e ter problemas no ambiente de trabalho por causa da incontinência urinária. O constrangimento da perda de urina pode ser devastador em alguns casos, levando à depressão e isolamento social.A incontinência urinária é a perda involuntária de urina e pode acometer homens e mulheres de todas as idades. Sabe-se que a incontinência urinária é uma condição com significativo impacto negativo na qualidade de vida da maioria dos pacientes. Diferente de outras doenças urológicas como a litíase urinária, infecções e tumores, a incontinência urinária raramente representa uma ameaça à saúde física de seus portadores, mas pode trazer importantes transtornos psicológicos e emocionais. Muitos pacientes podem se afastar do convívio familiar ou social, evitar o contato íntimo com a parceira e ter problemas no ambiente de trabalho por causa da incontinência urinária. O constrangimento da perda de urina pode ser devastador em alguns casos, levando à depressão e isolamento social.

Nos homens, a incontinência urinária tem como principais causas o enfraquecimento do esfíncter uretral e a hiperatividade vesical (bexiga hiperativa – ver outros textos). Na incontinência urinária causada pelo enfraquecimento do esfíncter o sintoma típico é o de perda urinária ao fazer esforços como tossir, espirrar, correr, caminhar, mudar de posição ou carregar pesos. Nos homens, a principal causa deste tipo de problema é o antecedente de cirurgia de próstata. Outras causas como cirurgias ou traumatismo na bacia e pelve, radioterapia pélvica e doenças neurológicas podem contribuir, mas são menos frequentes.

Existem diferentes modalidades de tratamentos para cada tipo de incontinência urinária, variando de medidas de ajuste de dieta e consumo de líquidos a exercícios de fisioterapia para o assoalho pélvico, tratamentos medicamentosos e cirurgias. De maneira geral, os tratamentos não invasivos são considerados de primeira linha, reservando-se as cirurgias para os casos em que não tiveram sucesso as medidas conservadoras.

As cirurgias para o tratamento da incontinência urinária em homens passaram por uma verdadeira revolução ao longo dos últimos 20 anos. Antes, as cirurgias eram mais demoradas e traumáticas e requeriam longos períodos de recuperação, além de oferecerem taxas de sucesso bem mais modestas. Era frequente a necessidade de repetidas cirurgias pois as taxas de recorrência do problema eram muito elevadas. O avanço no conhecimento dos mecanismos causadores da incontinência urinária e a incorporação de novas técnologias bem como de melhorias na técnica cirúrgica promoveu enorme impacto nos resultados do tratamento cirúrgico da incontinência urinária em homens. Os procedimentos tornaram-se mais simples, envolvendo menor trauma cirúrgico e permitindo mais rápida recuperação dos pacientes e retorno às atividades normais mais precoce. Associado a isto, as taxas de sucesso no tratamento da incontinência foram significantemente melhoradas, tanto no curto como no longo prazo. Uma cirurgia para o tratamento de incontinência urinária habitual representa atualmente um procedimento de cerca de 1 hora de duração, com internação de um dia e oferecendo uma chance de sucesso da ordem de 70 a 90%. Estes números podem ser modificados na existência de fatores agravantes e quando são necessários procedimentos associados para o tratamento de outros problemas urológicos.

 

MODALIDADES DE TRATAMENTO CIRÚRGICO: HÁ 3 PRINCIPAIS ALTERNATIVAS PARA O TRATAMENTO CIRÚRGICO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA CAUSADA PELO ENFRAQUECIMENTO DO ESFÍNCTER EM HOMENS.

 

1. TRATAMENTO ENDOSCÓPICO

Modalidade minimamente invasiva, realizada através da cistoscopia (avaliação endoscópica da uretra e bexiga) e baseada na injeção de uma substância preenchedora (há diferentes delas no mercado) com a função de fortalecer o esfíncter e aumentar a resistência à perda de urina. É muito atraente por ser simples e não requerer cortes ou uso de sonda além de geralmente ser realizada sem a necessidade de internação. Entretanto, tem baixa eficácia nos casos de incontinência moderada ou grave e frequentemente requer reaplicações. A cirurgia leva cerca de 30 minutos e geralmente é feita em caráter ambulatorial (sem necessidade de internação).

2. SLINGS SUBURETRAIS

A palavra sling vem do inglês e significa “alça”ou “tipóia”. Nestas técnicas cirúrgicas, uma faixa de material sintético é colocada sob a uretra de forma semelhante a uma tipóia envolvendo o braço de uma pessoa. A faixa colocada nesta posição reposiciona a uretra e pode comprimi-la de forma a evitar o escape de urina. As cirurgias de sling revolucionaram o tratamento cirúrgico da incontinência urinária em mulheres e seu sucesso foi tão grande que passaram a ser usadas nos homens, com algumas modificações. São especialmente eficazes nos casos leves ou moderados, nos quais sua eficácia é de cerca de 80%. Complicações são raras e podem incluir, entre outras, infecção ou rejeição da faixa de material sintético, dor ou obtrução da uretra. A cirurgia leva cerca de 1,5 hora e geralmente requer um dia de internação.

3. ESFÍNCTER ARTIFICIAL

O esfíncter artificial surgiu há vários anos, tendo passado por algumas modificações técnicas. Representa o tratamento mais eficaz da incontinência urinária em homens, apresentando taxas de sucesso de até 90%, mesmo em casos de incontinência urinária severa. Consiste no implante de um delicado equipamento contendo um manguito que envolve a uretra, comprimindo-a de forma a impedir o escape de urina. Quando o paciente quer urinar, aciona um pequeno botão localizado dentro do saco escrotal, o que leva à abertura do manguito e da uretra. Embora seja a alternativa mais complexa, é a mais eficaz e a que está há mais tempo em uso. Além disso, a mais indicada para os casos mais graves. A cirurgia leva cerca de 1,5 hora e geralmente requer um dia de internação. Diante de resultados tão animadores e de procedimentos relativamente simples e rápidos, a questão que se impõe é “Quando a cirurgia deve ser indicada?”. A resposta para esta questão, entretanto, nem sempre é tão simples. Apesar dos significativos avanços na técnica operatória, as cirurgias para o tratamento da incontinência urinária ainda apresentam alguns riscos para os pacientes. Ainda que os riscos de complicações significativas como sangramento, lesão de órgãos pélvicos, obstrução urinária e rejeição sejam muito baixos, representam importantes problemas médicos e seu tratamento pode requerer reoperação e determinar maiores períodos de recuperação.

A escolha do tratamento cirúrgico em homens com incontinência urinária deve sempre ser compartilhada entre o cirurgião e o paciente e vários aspectos devem influenciar a decisão. É claro que o correto diagnóstico da causa da incontinência é a condição inicial mais importante. Em seguida, deve-se ressaltar que os tratamentos conservadores podem ser oferecidos em quase todos os casos, e não oferecem riscos significativos. Entretanto, modalidades como a fisioterapia para o assoalho pélvico requerem o envolvimento dos pacientes e frequentes sessões de fisioterapia por várias semanas ou meses, o que nem sempre é possível de ser realizado em razão do estilo de vida de cada paciente. Além disso, embora isenta de riscos, a fisioterapia pélvica oferece baixas taxas de sucesso, o que também deve ser considerado na escolha do tratamento. Finalmente, um aspecto relevante na tomada de decisão é a existência de condições clínicas associadas que possam aumentar os riscos cirúrgicos e anestésicos. Pacientes que apresentam várias comorbidades clínicas graves e que por isso tenham um risco anestésico elevado devem ser primariamente tratados com medidas conservadoras.

Concluindo, podemos dizer que o tratamento da incontinência urinária masculina permite diferentes abordagens. As cirurgias contemporâneas para tratamento da incontinência urinária são procedimentos bem estabelecidos e proporcionam elevadas taxas de sucesso, mas não são isentas de possíveis complicações. A escolha do tratamento cirúrgico deve sempre ser compartilhada entre o cirurgião e o paciente e vários aspectos devem influenciar a decisão.

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