A diminuição da libido (interesse sexual) em homens é uma queixa comum em consultórios urológicos, notadamente entre os idosos. Pode ter causas diversas, como doenças crônicas, distúrbios hormonais, depressão, stress e ansiedade. Nesta seção, discutiremos somente a diminuição de libido associada à deficiência androgênica do homem idoso, também chamada de andropausa.
Durante o envelhecimento, a maioria dos homens passa por um processo gradual de diminuição das funções gonadais. Desta forma, muitos poderão apresentar diminuição da concentração sanguínea de testosterona (hormônio sexual masculino). A redução dos níveis de testosterona pode determinar alterações clínicas como diminuição do interesse e desempenho sexuais, perda de massa muscular, osteoporose, diminuição da disposição/energia e alterações do sono e memória. Estima-se que 30% dos homens com idade entre 60 e 70 anos e até 70% dos homens de 70 a 80 anos apresentem redução dos níveis de testosterona.
A diminuição da libido ou do interesse sexual é queixa comum em consultórios urológicos. Numerosos fatores podem levar a diminuição da libido tais como doenças crônicas, depressão, stress, ansiedade e problemas hormonais. Como a falta de testosterona é uma das principais causas de queda da libido e ela é mais comum em homens acima de 60 anos alguns autores propuseram a criação do termo andropausa para definir a perda da libido secundária a deficiência hormonal. Contudo este termo não foi aceito universalmente e atualmente utiliza-se a denominação: Síndrome da deficiência androgênica adquirida (SDAA) para definir esta condição em adultos. Trata-se de uma condição caracterizada não apenas pela perda da libido, mas por um estado de cansaço, desânimo, diminuição da massa muscular, osteoporose, alterações do sono e da memória causado por uma diminuição nos níveis sanguíneos do hormônio masculino a testosterona, especialmente da testosterona livre.
Estima-se que 30% dos homens acima de 60 anos e até 70% dos homens entre 70 e 80 anos possam apresentar redução dos níveis sanguíneos de testosterona. Pacientes que apresentam os sintomas descritos anteriormente em que os exames laboratoriais mostram um baixa da testosterona especialmente em sua forma livre podem se beneficiar da reposição deste hormônio.
A reposição de testosterona não pode ser feita por via oral dado um potencial efeito tóxico no fígado se administrada nesta forma. Durante vários anos utilizou-se a reposição por meio de injeções intramusculares de testosterona. Posteriormente verificou-se que esta forma de reposição proporcionava níveis sanguíneos bastante irregulares do hormônio. Passou-se então a utilizar adesivos ou gel de testosterona de uso diário para dar maior uniformidade na liberação, contudo esta forma de tratamento era mais trabalhosa exigindo aplicação diária. Mais recentemente surgiram injeções de liberação lenta do hormônio que proporcionam níveis mais regulares e simplificaram sua utilização uma vez que uma aplicação pode durar vários meses.
Não existe nenhum estudo que mostre uma maior incidência de câncer de próstata em pacientes que realizam ou realizaram reposição hormonal. Contudo como o câncer da próstata é hormônio dependente, sua presença deve ser excluída por meio de exames de PSA, toque retal e, em alguns casos, biópsia d próstata antes de se iniciar reposição de testosterona em qualquer paciente. Outros efeitos colaterais da reposição hormonal podem ser prevenidos ou contornados através de avaliações clinicas e laboratoriais periódicas.