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A cistite intersticial (CI) ou síndrome da bexiga dolorosa é uma condição que resulta em recorrente desconforto ou dor na bexiga e região pélvica. Os sintomas variam de paciente para paciente e podem incluir desconforto leve, pressão, sensibilidade ou dor intensa na região da bexiga e da pelve. Também pode haver necessidade urgente de micção, urinar várias vezes ou uma combinação destes sintomas. A dor pode mudar de intensidade de acordo com o enchimento vesical, sendo geralmente mais intensa quando a bexiga está cheia e aliviando após a paciente urinar. Nas mulheres, os sintomas podem ser piores na menstruação e as relações sexuais podem ser dolorosas. Uma vez que os sintomas são tão variáveis e não há uma causa conhecida ou método diagnóstico bem definido, acredita-se que a cistite intersticial não é uma doença específica, mas uma condição clínica que pode ter várias causas. Nos últimos anos, os urologistas começaram a usar os termos síndrome da bexiga dolorosa (SBD) ou síndrome da dor vesical para descrever esta condição. O termo CI / SBD inclui todos os casos de dor na bexiga que não podem ser atribuídos a outras causas, como infecção urinária, pedra na bexiga ou ureter ou tumores.

Algumas pessoas com CI / SBD apresentam baixa capacidade de retenção de urina na bexiga, o que aumenta a frequência de micção, com intervalos menores que 30 minutos. Isto pode também ocorrer à noite (também chamado de noctúria), prejudicando o sono e a qualidade de vida da paciente. O problema acomete principalmente mulheres, numa proporção de 9 para cada homem. Estudos recentes indicam que até 3% da população feminina podem apresentar esta condição, principalmente entre 40 e 50 anos de idade. Como os sintomas são semelhantes aos de outras doenças da bexiga (infecções, pedra e tumores, por exemplo) e não há nenhum teste definitivo para identificá-la, os médicos devem descartar outras doenças tratáveis ​antes de estabelecer o diagnóstico da CI / SBD. As mais comuns em ambos os sexos são as infecções urinárias e os tumores da bexiga. Nas mulheres, a endometriose é uma causa comum de dor pélvica e sempre deve ser avaliada. Nos homens, o diagnóstico de prostatite crônica (inflamação da próstata) deve ser descartado.

O diagnóstico é baseado principalmente nos dados de história clínica. Os itens importantes são:lass=”subtitle_doencas_internas”>FATOS SOBRE O CÂNCER DE PRÓSTATA:

  • Presença de dor relacionada à bexiga, geralmente acompanhada por aumento da frequência miccional e urgência para urinar.
  • Ausência de outras doenças vesicais que possam causar os sintomas Os testes diagnósticos que ajudam a afastar outras doenças incluem exame de urina, urocultura, cistoscopia, biópsia da parede da bexiga e exames de imagem para avaliar os órgãos pélvicos.

Não há um tratamento único que possa ser indicado para todas as pacientes com CI / SBD. Na maioria das vezes o urologista introduz mais de uma forma de tratamento e baseia-se em sua experiência clínica e nas particularidades de cada paciente. Os sintomas podem melhorar com medidas simples como mudanças na dieta ou requerer a associação de muitos medicamentos. Mesmo quando os sintomas desaparecem, podem retornar após semanas, meses ou anos.

1) Dieta e medidas comportamentais: Para muitos pacientes, alguns itens da dieta parecem promover significativa piora dos sintomas. Os mais frequentes são bebidas alcoólicas, tomates, especiarias, chocolate, cafeína, bebidas cítricas, adoçantes artificiais e alimentos com alta acidez. Acredita-se que possam contribuir para a irritação e inflamação da bexiga. Eliminar vários itens da dieta e reintroduzi-los gradativamente pode ajudar a identificar alimentos a serem evitados. No entanto, manter uma dieta variada e equilibrada é importante.

O tabagismo também pode estar associado à piora dos sintomas. Não se sabe como os subprodutos do tabaco que são excretados na urina afetam os sintomas de CI / SBD, mas sendo o tabagismo a principal causa de câncer de bexiga, uma das melhores coisas que um fumante pode fazer por sua bexiga e sua saúde geral é parar de fumar. Muitas pacientes sentem que exercícios de alongamento suave ajudam a aliviar os sintomas de CI/ SBD, além da prática regular de exercícios aeróbicos. A fisioterapia para o assoalho pélvico também pode beneficiar boa parte das pacientes.

2) Distensão da bexiga: Muitas pacientes apresentam melhora dos sintomas após distensão da bexiga feita durante a cistoscopia para diagnosticar a doença. A razão da melhora não está estabelecida, mas a distensão pode interferir com os sinais de dor transmitida pelos nervos na bexiga.

3) Medicamentos por via oral: Vários medicamentos têm sido utilizados com sucesso variável. O polisulfato de pentosan foi desenvolvido e aprovado especificamente para a CI / SBD, mas beneficia somente cerca de 40% dos pacientes. Outros medicamentos são a amitriptilina, cimetidina, analgésicos, antidepressivos, antistamínicos, antinflamatórios variados e imunomoduladores.

4) Instilação de medicamentos na bexiga: Diferentes medicamentos com ação analgésica, anestésica, antinflamatória ou antialérgica têm sido utilizados no tratamento da CI / SBD por meio da instilação direta por um pequeno cateter introduzido pela uretra. O medicamento é deixado no interior da bexiga por 15 a 60 minutos. Todos os medicamentos apresentam riscos de efeitos adversos e sua administração deve sempre ser monitorada por um médico.

5) Estimulação Elétrica – Neuromodulação: consiste na administração de impulsos elétricos por meio de eletrodos colocados por transcutânea em disferentes partes do corpo. A estimulação elétrica é ministrada em sessões de 20 a 60 minutos, uma ou várias vezes por semana. Acredita-se que os impulsos elétricos podem desencadear a liberação de substâncias que bloqueiam a dor. Nas pacientes com ótima resposta ao tratamento, o implante definitivo de um dispositivo que fornece impulsos regulares para a bexiga (semelhante a um marcapasso cardíaco) pode ser realizado.

6) Injeção de toxina botulínica na bexiga: Estudos recentes indicam que esta alternativa de tratamento pode beneficira significativa parcela de pacientes. Acredita- se que a toxina botulínica promove inibição de vários neurotransmissores na parede vesical, levando ao relaxamento da bexiga e diminuição dos sintomas dolorosos.

7) Cirurgias: devem ser consideradas somente se todos os tratamentos disponíveis falharam e a dor é incapacitante. Felizmente, isto ocorre em parcela muito restrita das pacientes. Muitas abordagens e técnicas são utilizadas, cada qual tem suas vantagens e complicações que devem ser discutidas com um urologista. As cirurgias basicamente podem objetivar o aumento da capacidade da bexiga ou até sua remoção parcial ou total. A maioria dos cirurgiões reluta em indicar estas cirurgias porque algumas pessoas permanecem sintomáticas após a cirurgia e ainda podem apresentar efeitos adversos causados pela cirurgia..

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