CÂNCER DE PROSTATA: FISIOTERAPIA ALIVIA INCONTINÊNCIA PÓS-CIRURGIA
Muitos pacientes que se submeteram à cirurgia de remoção completa da próstata sofrem com a incontinência urinária, mas a fisioterapia pode ser uma ferramenta para curar o problema.
Um estudo recente, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, demonstra que 96% dos pacientes que fizeram fisioterapia como tratamento pós-cirúrgico adquiriram, após 12 meses, a continência e aceleraram sua recuperação.
Já entre aqueles que não aderiram ao tratamento, apenas 75% voltou a ter controle da urina.
Segundo o Dr Cristiano Mendes Gomes, urologista do Hospital das Clínicas e um dos responsáveis pelo estudo, os exercícios de contração da musculatura do assoalho pélvico podem ajudar a reduzir ou até curar a perda involuntária da urina.
O tratamento fisioterápico, segundo ele, tem grande importância na reabilitação do assoalho pélvico, com a finalidade de melhorar a eficácia do esfíncter uretral, que fica enfraquecido após a cirurgia.
“A maioria dos pacientes desenvolve incontinência urinária após a retirada da próstata”, diz, lembrando que a operação, chamada de prostatectomia radical, é feita em vítimas de câncer de próstata localizado.
De acordo com o médico, no estudo realizado, 73 pacientes que se submeteram à cirurgia foram divididos em dois grupos. O primeiro passou por um tratamento fisioterápico para o fortalecimento do assoalho pélvico e o outro recebeu acompanhamento pós-cirúrgico normal.
“Após 12 meses de pós-operatório, 96% dos pacientes do grupo de fisioterapia estavam continentes contra 75% do grupo controle”, observa Gomes.
No tratamento, após a remoção do cateter em 15 dias de pós-operatório, os pacientes do primeiro grupo receberam a terapêutica com biofeedback – aparelho que possui um sensor eletrônico, que registra as contrações do esfíncter e assoalho pélvico, permitindo que os pacientes treinem as contrações destes músculos.
“O biofeedback não só acelera a recuperação da continência urinária após a cirurgia, como permite melhorias na gravidade da perda da urina e da força muscular do assoalho pélvico 12 meses após a operação”, esclarece o urologista.
Para finalizar, o médico salienta que além de tratar a perda urinária, ajudar a reeducar a bexiga e auxiliar no pós-operatório, a fisioterapia melhora a qualidade de vida e a auto-estima dos homens.
Fonte: www.corposaum.com